terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O Crepúsculo da Vida




 
A voz quase sempre ausente e rouca,
Murmura palavras em monossílabas
Lentas, tristonhas,
Buscando em desalento
O carinho dos entes queridos
À sua ansiedade louca.

Ânsia de melhor ouvir,
Sentir e sonhar
Novamente os encantos
Das quimeras e lembranças
Tão vívidas em seu olhar!

Suas mãos cansadas e trêmulas,
Pousam sobre o encosto
Da velha cadeira vermelha...,
O mesmo vermelho a confundir-se
Vez por outra,
Com a luz do seu olhar
A marejar!

As emoções do presente
Não trazem como outrora
A alegria, o esplendor do porvir
E suas vertentes;
Apenas lembranças...,  ternas lembranças
De um risonho amanhecer...
De tão longínqua aurora!

Seu caminhar é lento, indeciso.
O seu sorriso é brando
Entre as rugas a se untar,
Mas a serenidade é vívida
Tal qual, a suavidade do seu olhar!

Depusera dos sonhos e da ilusão
Para viver, enfim,
A indizível quietude
Da vida em refração.


Autoria: Antenor Rosalino

Imagens da Internet


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