domingo, 17 de maio de 2015

VERBO DELINEADO



                                                      
                                      


Nas entrelinhas dos versos
Desprendo-me do cansaço
Intercalando o concreto
Com magnetismo abstrato,
E espero assim o fetiche
Das luzes dos grandes astros.

Num porvir longe das dores
Tenho a pele tatuada
De transcendente retiro
Com a alma apaziguada.
Distraindo nas escritas
As lágrimas sufocadas.

No verbo delineado
Escorre mui magnética,
Latente, assim, visceral
A perfeição da estética
Na letra silenciada
Na aprimoração da ética.

Pela janela entreaberta
Vejo o sol brincar nas sombras!
Também distraio o pensar
Divisando nas penumbras
O meu estro iluminar
Tudo o que a visão assombra.

A minha letra, por vezes
Causa até mesmo estranheza
Escorre vã, desnorteada...
Mas profunda é a sutileza
Com resquícios de utopias
Permeando a realeza.

Mergulhado no silêncio
Do real e imaginário
Vou tecendo o pensamento
Absorvendo adagiários,
Na ânsia mais incontida
Do lirismo em corolário.



Autoria:  Antenor Rosalino

Imagem da internet




2 comentários:

  1. Boa noite, Antenor! Um dos poemas mais bonitos que já li por aqui , a última estrofe falou pelo poema ; destaco>>

    " Mergulhado no silêncio
    Do real e imaginário
    Vou tecendo o pensamento
    Absorvendo adagiários,
    Na ânsia mais incontida
    Do lirismo em corolário."

    Um terno abraço.
    Diná

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    1. Meus cumprimentos, Diná. As tuas palavras elogiáveis e de carinho são motivos incontestes para que eu continue com minha ousadia poética. Muito obrigado e um afetuoso abraço.

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