terça-feira, 24 de março de 2015

Um olhar à religiosidade




                                                 


   Há já alguns dias, fui abordado por uma dessas pessoas popularmente chamadas de evangélicas, a qual, gentilmente, me fez um convite para comparecer a um culto em sua igreja.
  Agradeci pelo convite e lhe disse que, embora eu também fosse cristão, tendo, inclusive sido seminarista, já não sou tão praticante, mas não descartei a possibilidade de fazer uma visita àquela igreja.
  Entretanto, não tendo se contentado com minha resposta, o pregador tentou, por alguns instantes, convencer-me, com certa veemência, de que a verdade de tudo se resumia naquilo que ele apregoava.
  Sem polemizar, e, depois de algum tempo, meditei sobre o ocorrido e concluí ser a religiosidade, um dos maiores lenitivos para a serenidade e a paz de espírito, pois qualquer que seja a religião, que praticamos, o seu objetivo é, fundamentalmente, o enlevo espiritual. No entanto, uma vez encontrada a magnitude dos belos e sagrados ensinamentos que a religião nos proporciona, devemos ter o cuidado para não tentarmos convencer as pessoas para a conversão que julgamos ideal, de modo contundente, fazendo-as entender ser esta ou aquela a melhor das religiões.
  Em nossas vidas tudo tem seu tempo, é preciso calma e humildade em cada ação que praticamos, e esse é o fundamento maior de qualquer religião, as quais, sejam elas quais forem, nos levam a um só caminho, a um só juiz, nosso único Deus.
  Existe uma considerável legião de pessoas que, apesar de não praticarem determinada religião, possuem extremada fé em Deus e têm uma vida de total integridade, tornando cada atitude num ato de amor perfeito para com os semelhantes.
  Evidentemente, nada podemos contestar de tais pessoas, ou tentar convencê-las a outro modo de vida, pelo contrário, talvez tais indivíduos tenham até mais méritos neste sentido, pois sem contar com as pregações evangélicas ou de qualquer outra religião conseguem, sem imposição ou aconselhamento, atingirem o ápice de uma fé inquebrantável e um viver com sabedoria.
  As religiões, principalmente as do Oriente, apregoam que, embora tenhamos nervos sensitivos, não existe a dor ou qualquer outro distúrbio orgânico no ser humano e que o homem nunca morre.
  São compreensíveis estas afirmações se analisarmos o nosso lado espiritual, o eu interior que está no âmago de cada um de nós e que, para quem acredita, mantém eternamente a sua essência divina, o seu elo com o eterno, sendo, por isso mesmo, totalmente perfeito, sem qualquer mácula, não podendo sofrer revezes de qualquer natureza.
  Acontece, porém, que não são todas as pessoas que compreendem tais afirmações e existem também aqueles que acreditam na espiritualidade, mas, ao sentirem algum distúrbio ou dor procuram negar a essência divina, a existência de Deus, causando conflito à sua consciência que, no fundo, anseia pela proteção  celestial.

  É preciso, portanto, o maior zelo e reflexões elevadas para que não ocorra, principalmente, esta conflitante situação de sentir sem querer sentir.



Autoria:  Antenor Rosalino

Imagem da internet

2 comentários:

  1. Boa tarde meu amigo querido.
    Sábias considerações... Não é a religião, mas sim, a prática... Ações, nascidas do coração, sabidas como certo pelo caráter e não apenas como consentimento de regras.
    Bom, é o que acredito. Agradeço pelo valoroso momento de reflexão e deixo o meu mais puro e transparente carinho... Um abraço, lu.

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    1. Bom dia, querida Lucy Mara! É sempre um prazer receber a docilidade de suas palavras que refletem a grandeza de sua alma. A praticidade no afã da solidariedade é sim a base de tudo, amiga, mas é preciso que a consciência esteja pura, sem sentimentos de culpa por desejar seguir as regras da reliogiosidade e não praticá-las, ou ser assíduo frequentar de cultos e não praticar os ensinamentos, assim como, dizer que não acredita, mas, no fundo, sentir um quê de arrependimento. Muito obrigado pela gentil visita e pelo sábio comentário e retribuo o abraço com o mesmo carinho.

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