domingo, 29 de novembro de 2015

AMIZADE TRANSCENDENTAL

                                    

 Hoje venho discorrer um pouco sobre a amizade, quando verdadeira, e sua significância em nossas vidas. Sobre a amizade que vai acontecendo e transcende...
 Reporto-me aqui, como ilustração, a um fato curioso ocorrido na minha própria casa há algumas décadas. Meus dois filhos estavam brincando, mas, de repente, se desentenderam de tal forma que tive de agir de modo enérgico.  Pedi a ambos, então, que ficassem de joelhos num determinado lugar da casa, obviamente, por apenas alguns minutos. Acontece, porém, que, um coleguinha deles que veio também brincar em casa e presenciou a cena, imediatamente, após a minha ordem, dirigiu-se a mim de forma resoluta e foi logo dizendo: “Se eles ficarem de castigo me deixa ficar também”. Ora, imaginem a imagem que os pais daquela criança teriam de mim, ao ver o filho sendo castigado na minha própria casa. Não consegui suportar o desejo de dar uma boa gargalhada... Assim o fiz, e todo aquele clima indesejável acabou se tornando motivo de sobejante alegria.
  Com base nesse exemplo, dentro da minha humilde compreensão, fico a imaginar o quanto significa a felicidade de podermos contar com alguém que se preocupa conosco, que se posiciona sempre a nosso favor na alegria e na tristeza, que anda, corre e acompanha nossa jornada.
  Muitos são aqueles que se dizem amigos, mas, na verdade, poucos são aqueles que podemos considerar na concepção da palavra.
  O que é notório nos dias atuais é o incrível aumento dos relacionamentos virtuais. Evidentemente, todo e qualquer relacionamento, quando salutar, é bem–vindo, mas este não substitui a proximidade física. Soma-se a isso, o fato de que, apesar de podermos também estar presentes à distância, metafisicamente, trazendo a pessoa querida dentro do coração, o distanciamento faz com que fiquemos bem mais sujeitos a sermos enganados. Definir uma boa amizade, com quem vamos caminhar junto, rir e chorar, suportar adversidades e continuar com amizade inquebrantável sugere presença física.
  Não estou dizendo, com isso, ser esta a única forma de pensar a amizade, nem tampouco insinuando que possa existir uma receita para que tudo dê certo. Apenas aponto um pensamento, por ter me lembrando do caso do garotinho que, em sua atitude pueril, naquela ocasião me fez rir e hoje faz com que brotem lágrimas dos meus olhos por saber que, na hora da angústia, o amigo de verdade se torna um irmão.



Aiutoria:  Antenor Rosalino

Imagem da internet


2 comentários:

  1. Olá, Antenor. Uma linda crônica!
    O que eu aprendi através das amizades, é que elas existem para que aprendamos mais sobre nós mesmos.
    As amizades que passaram pela minha vida foram, quase todas, muito decepcionantes, mas eu não desisto.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Aninha! Muito obrigado pelo comentário. Aliás, fico muito feliz sempre que me deparo com suas sapientes palavras e suas referências ao meu aprendizado poético e literário.
      Surpreende-me saber que a maioria de suas amizades lhe decepcionaram, haja vista a docilidade do seu coração. Mas o simples fato de você não desistir demonstra toda a pureza de sentimentos que lhe caracteriza. Felicidades e um terno abraço.

      Excluir