sábado, 7 de setembro de 2024

O PÊNDULO DAS HORAS

 

                                   

                     


                       No tic-tac do pêndulo

                       Do relógio que não para,

                       Meu aflito coração segreda

                       Pensares que se afloram.

 

                       Os pensamentos fluem

                       Entre alegrias e dores

                       Na incógnita do meu mundo

                       Feito de espinhos e flores.

 

                       Ah! Relógio que não para,

                       Aflora dúvidas em meu peito

                       Ou traz angústias suspensas

                       Ao meu coração incerto.

 

                       Os ponteiros frios e ágeis

                       Indiferentes ao meu pranto,

                       Seguem altivos sem acenos

                       Ao langor do meu lamento.

 

                       Nesse tempo ininterrupto

                       Que me  leva ao além

                       Nascem flores de dúvidas

                       No tic-tac que vem.

 

                                       Antenor Rosalino

4 comentários:

  1. Olá, meu caro poeta e amigo Antenor, gostei muito de ler o belo poema O PÊNDULO DAS HORAS, com relógio marcando o tempo e o tempo presente no relógio que logo se tornará passado, pois o tempo não para e, enquanto corre nos cerca com lembranças de outros tempos, tempos bons e tempos maus, pois nos jardins o colorido das flores e seus perfumes podem esconder espinhos que ferem. Um poema escrito com alma e sabedoria, que aos leitores servirá de alento e ao mesmo tempo para reflexão.
    Meus votos de uma ótima semana.
    Grande abraço, amigo Antenor.

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    1. Amigo Pedro Luso,
      Decidi reeditar esse poema que fiz em 2012, depois que li a belíssima crônica "Nosso Relógio" da Taís, e fico muito gratificado pela sua apreciação aos versos nos quais busco exteriorizar o meu sentir sobre o quanto os relógios, em suas marcações constantes e implacáveis, podem ser arautos de esperanças na mesma proporção em que também ensejam profundas recordações.
      Muito obrigado, meu dileto amigo e poeta, inclusive pelos votos que os retribuo com forte abraço.

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  2. Olá, querido poeta amigo, que belíssimo poema sobre o tempo!
    O relógio me faz pensar um pouco mais na vida, tudo passa por ele, nossas emoções, nossos sonhos, desilusões, nossas dores, tudo. Como guardasse as marcas do tempo. Ele é como uma testemunha de nossas vidas, guarda tudo, coisas boas e outras nem tanto. E nos faz lembrar. Só buscar o tempo certo, percorrendo os anos, as datas que passaram, ou as que virão. Sim, esses pequenos e lindos relógios, diariamente conosco, são nossos amigos, embora muitas vezes nos enlouquecem com horas espremidas , pois não param de andar. Penso muito no tempo, recordações, lembranças de tempos que já se foram.
    O poema está maravilhoso!
    Um ótimo final de semana, saúde e paz sempre, amigo Antenor.
    Grande abraço daqui do Sul.

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    1. Olá, Tais,
      Sim, na sua crônica "Nosso Relógio", a qual me fez pensar em reeditar esse poema, é notória a sua reflexão sobre o quanto o relógio a faz pensar com mais profundidade sobre a vida e como são infindáveis as experiências, alegrias e tristezas que ocorrem a cada momento registrado.
      Você não pode imaginar o quanto me sinto feliz com a preciosidade dos seus comentários sempre envolventes, belos e incentivadores que muito me honram e lhe sou muito grato por isso.
      Que o fluir do tempo possa continuar lhe trazendo abençoados dias com muita inspiração, harmonia e paz.
      Terno abraço.

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