sexta-feira, 31 de julho de 2015

O FENÔMENO DA VIOLÊNCIA



                                                                     



  A violência, em qualquer circunstância, é repugnante e condenável, mas ganha perfil animalesco, quando é originária de desigualdades sociais que levam o indivíduo a situações humilhantes de miséria e abandono.  E esta situação faz com que presenciemos a cada dia, e de maneira cada vez mais crescente, muitas pessoas agirem como se não fossem humanas, praticando atos extremamente vergonhosos para a moral e assim, o caráter, que é o que diferencia o homem dos animais acaba por esvair-se, fazendo que ambos pareçam iguais.
  Na verdade, o fenômeno da violência é antigo, mas é estarrecedor o que vem acontecendo em nossos dias atuais. O consumismo vem gerando exacerbadas ganâncias e muitos são aqueles que se arruínam nessa imposição capitalista e se enveredam na vida do crime. Fecham os olhos para as consequências e passam a matar e roubar para saciarem seus desejos, cujo único propósito é tirar do outro as suas posses. Esse tão pecaminoso intento ganha força, principalmente, porque a lei é branda para marginais, e muitos crimes são cometidos sem que se descubram os autores.
  Muitos são os fatores que levam a esse estado de coisas, mas a concentração de renda nas mãos de alguns privilegiados e os níveis precários de educação do país são, fundamentalmente, o alicerce da violência.
  Nada justifica a criminalidade, mas, é evidente que, havendo tantas desigualdades, surjam revoltas de grande parcela da população e isso se torna o ponto de partida para os tendenciosos ao crime.
  Não há outra saída, a não ser acabar, preliminarmente, com a violência moral que separa as pessoas pelo poder que alguns exercem sobre outros em determinados cargos públicos ou mesmo privados. O país sofre, mais do que nunca, da carência de políticos honestos, que se comprometam com a sociabilidade dos mais necessitados.
 Causa estranheza e dor sabermos que, por mais que haja investimentos na área educacional, tais recursos ainda não são suficientes para disseminar a almejada paz nas escolas. Pelo contrário, o bullyng ganha força sempre mais, e hoje, está se tornando comum os alunos brigarem também com os professores, que, indefesos, já não representam referências de respeitabilidade para eles.
   Em contrapartida, os professores clamam e choram ao presenciarem essa brutal realidade que vem fazendo com que a escola que deveria ter uma forma eficaz de combate à violência venha a perder o pouco da força que lhe resta.



Autoria:  Antenor Rosalino

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sábado, 25 de julho de 2015

SONHO CREPUSCULAR




                                                                   
                                           



Uma íris de encantamento
Prenuncia o anoitecer
Trazendo perfiz singelos
Da alegria de viver,
E a mais alta poesia
Faz o sonho acontecer!

Volto os olhos para o céu.
Toda treva se desfaz,
Enquanto o sol se ajoelha
Na calma que sempre apraz
Distraindo assim o mundo
Num acolhimento de paz!

Tudo então ganha sentido
Em perfiz de amor e glória.
Os meus olhos se inebriam
Em poesia sensória,
Como as lendas infantis
Sepultadas na memória.

Os meus olhos num encanto
Vislumbram chuvas de estrelas
Caindo vivas do céu,
Testemunhando as certezas
De um apogeu de alegrias
Postergando as asperezas.

Todas auguras nefastas
De mausoléus em abandono
Dão lugar a doces preces
Fazendo com que meu sono
Na noite que se avizinha
Seja o florir mais risonho!

No meu recato feliz
Crisálidas vêm do mar
Em floradas fantasias
Num encanto sublimar,
E vejo taças de sol
No brilho de cada olhar.



Autoria:  Antenor Rosalino

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sexta-feira, 17 de julho de 2015

SONS E ALARDES



                 
                      


Os alaridos se alastram          
Buzinas, bruscas freiagens,      
Manobras, maquinarias,          
Grilos buscando ancoragens,
Angústias, longas esperas
Nas enfadonhas bagagens.

Os motivos são diversos     
Para avultados barulhos
Os passarinhos felizes
Fazem coro em seus arrulhos. 
Enquanto amáveis crianças
Divertem-se entre antúrios. 

Na vida tudo é fulgente
Flores, plantas, animais... 
E o fluir ininterrupto
Das nossas vidas iguais
Deixa laivos no caminho
Das algazarras banais.  

Em perfeição e mistério     
Fulgura um silêncio tácito
Com tons de melancolia      
Mas não há o beneplácito
Dos pedestres apressados
Indiferentes e inaptos. 

Em nuanças divinais    
O universo e a natureza
Permeiam tantas inglórias
E vultosas incertezas         
Dos povos seguindo alheios
Quais rios em correntezas

Indiferentes ao belo               
Que a vida nos mostra e traz  
A humanidade caminha           
Sem saber de que é capaz        
De transmutar seus gemidos     
No silêncio que há por trás. 



Autoria:  Antenor Rosalino

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quarta-feira, 15 de julho de 2015

REGISTRO DE UMA IDEIA


                            
                                                              


Há já algum tempo, participei do Curso de Agente de Desenvolvimento Local, ministrado pelo SENAC, que tem por finalidade detectar e procurar soluções para problemas existentes em determinadas localidades. Concluído o curso, tive a ideia de criar uma biblioteca num bairro periférico, visando incentivar o hábito da leitura e, principalmente, beneficiar os jovens estudantes da localidade, no sentido de não precisarem se deslocar tanto para fazer suas pesquisas na única biblioteca pública da cidade, cujo local, para eles, é um tanto distante
   A minha atenção foi voltada para um centro comunitário então abandonado no local, pois vislumbrei ali a possibilidade de concretizar meu intento, obviamente, com o apoio de algumas pessoas e segmentos sociais. Nesse centro comunitário poderia, inclusive, ser ministrado, futuramente, alguns cursos gratuitos com professores e outros orientadores voluntários e até mesmo com o apoio de órgãos públicos.

   Após algumas conversas com o responsável pelo local, este chegou a destinar-me uma área para a biblioteca, mas a diretoria estava em fim de mandato e outros empecilhos foram criados pela dificuldade em localizar outros dirigentes.
  Comuniquei o fato numa das reuniões da Rede Social Araçatuba, e um dos presentes sugeriu uma análise minuciosa do meu propósito, e que a mesma fosse levada à Secretaria do Meio Ambiente, pois talvez houvesse a possibilidade de ser utilizada até mesmo uma das casas desocupadas do recinto de exposições da Fazenda do Estado para a concretização desse objetivo.
  Ocorrido o encontro, o meu intento teve a aquiescência esperada, porém, já naquela ocasião, estavam sendo criadas as “geladeiras de livros”, ou seja, guaritas onde ficam expostos revistas e livros diversificados à disposição das pessoas interessadas.
  Assim, o meu projeto não teve sequência. Entretanto, em conversa com um amigo, este achou muito interessante a ideia, e, com base nisso, resolveu criar uma sala de leitura anexa à sua residência, num espaço de propriedade de uma igreja de tradição nipônica.
  Tudo indica que a semente lançada, sendo regada zelosamente, resultará, num futuro não muito distante, em frutos gratificantes no contexto do interesse pelas boas obras, principalmente dos grandes autores e do saber em si, e, se apenas uma pessoa for beneficiada com esse feito, isto será o bastante para dar a mim e ao amigo que se baseou na ideia, a conscientização plena de que nosso viver não foi em vão, e, de qualquer forma, deixo aqui o registro desse intento que, se algum dia for viabilizado, fica o regozijo de algo mais que poderá ficar para a posteridade, e, se definitivamente rejeitado, pelo menos fica a certeza de que houve a tentativa de uma intenção humanitária e, sobretudo, isenta de interesses pessoas, destinada apenas ao bem comum.



Autoria:  Antenor Rosalino

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domingo, 5 de julho de 2015

O POETA DAS ESTRELAS


                                                            


(ALBUS QUERCUS – LXIX)

 (Dedico este poema ao poeta Antenor Rosalino, por me
enviar 13 Albus Quercus, de forma espontânea, cooperando
com o registro do referido estilo, junto ao Recanto das Letras).

                              Tenho certeza, agora, pra dizer
                               que Deus , ao te fazer, estava amando…
                               Na natureza, bela revoada
                               de passarinhos álacres, cantando.
                               As musas da poesia, sutilmente
                               enviavam seus fluidos, te inspirando.
                               Para o bem cultural, nasces poeta
                               de coração bondoso e sonhador.
                               Tens na alma o brilho das estrelas
                                a refulgir com todo o resplendor,
                                quando da pena surgem os versos teus
                                aquecidos com as chamas do amor.
                                A maciez que existe em tua lírica
                                é o arminho da noite enluarada
                                que envolve de magia os corações,
                                numa onda febril, apaixonada.
                                E a mansidão que emana de teus versos,
                                a solidão que invade a madrugada.
                                Elegância faz parte do teu ser:
                                Mesmo adulto, tens alma de menino…
                                Decantas a mulher como uma deusa…
                                Sabes valorizar o feminino…
                                És um homem que ainda manda flores…
                                És um ‘gentleman’, Antenor Rosalino.

                                Ah! Se todos os homens fossem assim,
                                este mundo seria uma maravilha.
                                Só haveria amor cingindo os lares,
                                não viraria um campo de guerrilha,
                                porque o mais importante nessa vida,
                                é a paz e a união entre a família.
                                Deus te conserve sempre bom e íntegro,
                                mantenhas gentileza e lealdade.
                               Que a poesia vibre em tua alma
                               tal lira de sonora suavidade,
                               banhando em puros sons os corações
                               daqueles que te amam, de verdade.

 Maria de Jesus A. Carvalho
 Fortaleza, 29/06/2015.

   Deixo aqui a minha extremada gratidão
à poetisa Maria de Jesus Carvalho por esta 
oferenda de incomensurável beleza poética
que me comove, envaidece e incentiva de 
forma sublime. 
  É algo que me fala ao coração e estará
comigo em todos os meus dias.

                         Antenor Rosalino

(Imagem da internet)

                         

ACEITE, É PRA VOCÊ




                                           


   Retribuição da poetisa
Maria de Jesus Carvalho
a uma pequena gentileza
que lhe dediquei.

(ALBUS QUERCUS – LVII).


                           Ao clicar sobre um ‘download’
                           num pacotinho com fecho,
                           qual não foi minha surpresa!
                           Pois não sei se bem mereço
                           u’a bela rosa vermelha,
                           num presente, com endereço.

                           Assim, dizia a mensagem:
                           “Oi, Aceite, é pra você!”
                           Fiquei feliz e pensando:
                           De quem seria e por que?
                           Não tinha a menor ideia
                           de quem poderia ser.

                           Percorri rapidamente
                           qual a possibilidade
                           que revelasse bom gosto,
                           pureza, simplicidade,
                           com glamour à moda antiga,
                           finura, afetividade.

                           Meu coração batia forte
                           e se sentia ansioso
                           para ter uma certeza,
                           pois estava curioso.
                           Quem mandara aquela rosa,
                           era muito afetuoso.

                           Cliquei no centro da rosa.
                           Logo o slide a revelou,
                           mostrando-a inda mais bela.
                           Deslumbrante, ela ficou
                           tranquila, rubra, charmosa…
                           No silêncio, continuou.

                           O que me importa saber
                           de onde vem e quem mandou?
                           Meu coração está feliz,
                           minha vida perfumou…
                           E ao responder “Eu aceito”,
                           uma amiga conquistou.

                ***

Maria de Jesus A. Carvalho

Fortaleza, 06/05/2015



(Imagem da internet)