domingo, 28 de junho de 2015

NAMORADOS

                   
                                      



A cidade acorda entre flores perfumadas 
vivenciando sonhos exaltados!
Pintam magias afloradas
saudando os casais enamorados.

Com olhares perscrutadores
Seguem juntos a jornada,
Disseminando rosários de amores
Colorindo aquarelas peroladas.

Os corações conjugam o verbo amar
Pulsando uníssonos em compasso
Com as ondas livres do mar
Beijando os rochedos nos enlaços!

A noite vem silenciosa
Trazendo a brisa em alegorias
Disseminando auguras contagiosas
Em carrosséis de euforias.

Com radiante alegria
Brilham olhares à luz da lua.
Rútilas estrelas em tons de euforias
Clareiam os escuros da rua.



Autoria:  Antenor Rosalino

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sábado, 27 de junho de 2015

DESALENTO


                                                          
                                                


  Em toda parte defrontamos com a tristeza surgindo em nosso meio sob diversas modalidades.
  Presenciamos a tristeza no olhar inocente das crianças abandonadas, dos meninos de rua, daqueles que têm fome de pão e de justiça.
  Tristezas de ricos que, inversamente, em vez de ajudarem o maior número de pessoas e pagarem salários satisfatórios a seus funcionários, visto serem estes, a razão do seu sucesso empresarial, preferem guardar dinheiro em paraísos fiscais, ludibriarem a lei para angariarem mais e mais recursos no afã de uma vida de rei, enquanto tantos irmãos carecem de tudo, privados até mesmo do mínimo necessário para a sobrevivência.
 Tristeza de pobres que desprezam os ensinamentos sagrados de divindades como Cristo ou Buda e se aventuram na vida do crime, das drogas, dos meios ilícitos de ganhar dinheiro vislumbrando um mundo de sonhos e luxo, ignorando o verdadeiro sentido da felicidade que reside nas pequenas coisas da vida.
  Uma pessoa pode sentir-se feliz tanto num palácio de monarcas como numa casinha humilde, basta ter Deus no coração, que é a verdadeira fonte da harmonia e da paz desejada.
  A tristeza estampa-se também nos olhos de muitos jovens que abandonam o seu lado de esperança no porvir, o empenho que nunca deveria faltar na busca de objetivos elevados e se arruínam no caminho mundano de paixões inescrupulosas ou no submundo dos vícios e das drogas. Esquecem esses jovens que, quase sempre, o caminho não tem volta, sem contar com a profunda dor que causam a seus pais e entes queridos, que apesar de extremos esforços não conseguem demovê-los dessa vida de total falta de amor próprio e para com o próximo, cujo mau exemplo faz com que outros jovens se enveredam por esses mesmos caminhos.
  Tristeza de presidiários que pagam duras penas por seus atos bárbaros e impensados. Se antes soubessem que além de terem que pagar a pena aos homens, também têm a própria consciência a lhes cobrar ininterruptamente o preço de seus crimes, pensariam duas vezes antes de concretizarem os atos condenáveis.
  São inúmeros os motivos da tristeza que aflige a humanidade. É preciso fazer as coisas de acordo com a nossa mais sensata observância de consciência, e sempre com espírito altruístico buscarmos a alegria em tudo que fizermos. Essa harmonia somente com as coisas boas da vida será como um bálsamo a perfumar nosso caminho por toda a eternidade.
  Finalizo as minhas considerações acrescentando a seguinte máxima de  William Shakespeare: “Invente uma virtude mesmo que não a possua”.
  Ouso acrescentar: pratiquemos essa inventividade até que a mesma faça parte de nossas vidas.



Autoria:  Antenor Rosalino

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terça-feira, 23 de junho de 2015

ACALANTO POÉTICO




Que a figuração dos meus sentimentos puros
Delineados em versos ou em prosa
Possam sempre ser âncoras
De emoções sublimes
A permear meu caminho.

A renovação do meu sentir
Em inspirações iluminadas
Se faz até mesmo imperceptivelmente,
E a esperança que me acalenta
São centelhas de luz a nortear minha existência.

Quisera que minha obra fulgurasse
Como o fetiche das constelações.
Mas os sonhos que nutro
São prismas divinais do que vem de ti,
                      Oh! Poesia dos dias meus!

Nas horas caladas e calmas
A minha dor se esvai num átimo inusitado
E minha inspiração livre se alastra 
           E catalisa a natureza em seu apogeu
Nos campos que a brisa alisa.



Autoria:  Antenor Rosalino

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segunda-feira, 15 de junho de 2015

FRUSTRAÇÃO DE UM POETA



                                                            
                                                  
                                                               

  Emanuel era um jovem inclinado à poesia. Desde os primórdios de sua infância, gostava muito de ouvir textos poéticos e, foi crescendo com essa tendência lírica, acentuada ainda mais pelo fato de sempre ler grandes poetas de todas as épocas.
  Com o passar do tempo, passou a formular poemas com assiduidade, sempre aprimorando os escritos e gostava de mostrar a todos esse clamor poético latente em suas vísceras. E assim, foi ficando conhecido e era muito elogiado, apesar de também receber algumas críticas em virtude do seu estilo mais propenso ao rico vocabular, o que não agrada tanto às pessoas menos instruídas, mas que, sem dúvida, dá um glamour a mais à poesia que, assim como é feita de abstratismos, de transmutar principalmente as coisas belas inexistentes para a realidade presente, também aceita, de modo mais contundente, as metáforas, as trocas de palavras por outras. E isso Emanuel fazia sempre. Gostava de brincar com os vocábulos e, vez, por outra, em seus textos figuravam as palavras ditas difíceis.
 O maior desejo de Emanuel era publicar um livro. Por isso, foi compilando num caderno os seus principais escritos. Certo dia, ao tomar conhecimento de que havia sido abertas inscrições para o primeiro concurso de poesias de sua cidade, imediatamente o jovem providenciou a sua inscrição e, a cada dia que passava mais aumentava a sua expectativa no resultado final. Cônscio do seu talento, acreditava que poderia ser o ganhador e o entusiasmo o dominava.
 Por fim, chegou o dia da divulgação dos ganhadores. Emanuel não foi o primeiro colocado, mas ficou muito feliz com a segunda colocação. Era um prêmio ao seu labor e gosto pela poesia.
  No dia da premiação, Emanuel saiu de casa sorridente. Afinal, iria receber algo que comprovaria o segundo lugar conquistado num concurso promovido por conceituada academia de letras. Entretanto, não houve entrega de certificados, nem troféus ou medalhas, mas apensas três livros, de autores sem grande prestígio, ao segundo colocado. De qualquer forma, o poeta não perdeu o entusiasmo. Afinal, em algum dos livros haveria de ter algum escrito da promotora do evento parabenizando-o ou citando algo que lhe incentivasse a continuar com suas pretensões poéticas.
  Terminada a cerimônia, Emanuel chegou feliz e sorridente em sua casa. Chamou os familiares e pessoas próximas para mostrar-lhes o conteúdo da homenagem e foi logo abrindo livro por livro. Nos dois primeiros nada havia. Ao abrir o terceiro, observou uma dedicatória que, para sua tristeza e profunda decepção nada dizia a respeito do prêmio. A dedicatória destinava-se a um rico empresário da cidade e trazia agradecimentos pela contribuição do mesmo àquela entidade cultural.
  Como poderia, os responsáveis por uma entidade que se destina, primordialmente, à preservação da Língua e ao incentivo aos valores literários agirem de forma tão desorganizada, sem o devido zelo às coisas afins? - Pensaram todos os presentes.
  E naquela noite de domingo primaveril, o desencanto tomou conta do poeta fazendo com que a poesia sempre presente em seu íntimo se desvanecesse por um tempo, como neve dissolvendo-se na acalentura do sol.



Autoria:  Antenor Rosalino

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quinta-feira, 4 de junho de 2015

VISÕES NO PLENILÚNIO


                                         
                                                                   
                                       



A lua prateando o mar
Na madrugada vazia
Traz ondas contidas de luz,
E capto num radiograma
De invisível encantamento:
Rastros misteriosos
Das estrelas lonquínquas.

Os campos cinzentos
Tornam-se claros e belos!
O canto dos sapos e grilos
Já não soam como lamentos da água.
No porto sobrevoa
Em voos acrobáticos
Os albatrozes singrando os mares!

O vento uiva nas rochas
Enquanto uma gaivota canta...
                                               Visualizo o vento
Soprando a lua cheia
E tudo vejo, na transparência,
Até mesmo o silêncio da espera
Antevendo a saudade eterna.



Autoria:  Antenor Rosalino

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terça-feira, 2 de junho de 2015

SENTIR POÉTICO



                                                          



Entre sonhos delirantes
As penumbras e magias
Alisam a alma poética
Em visões de pura lira!

Ah! Esses sonhos vividos
Semeando suspiros alados.
São como belas estrelas
Rutilando em calmos lagos!

Transcendendo as ilusões
Num universo de amor perfeito
O tempo, a sombra e o vento
Trazem perfis de encanto!

Espelhando luz e esplendor
No prisma de cada aurora,
O manto azul da poesia
Cobre a terra nessa hora.

Na longa estrada tão bela,
O delírio poético, tácito assim,
Rebusca também frenesis
Da vida em tom carmesim.



Autoria:  Antenor Rosalino

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