sexta-feira, 31 de maio de 2013

TRIGAIS DE OURO



                          


                  Entre anjos e querubins,
                  adormecida em plumas alvas de ternura,
                  a alma transbordante em fulgores
                  teça rendas com fios de ouro,
                  desfazendo brumas
                  num luar de amores!


                  A natureza desperta o seu encanto,
                  desde o canto majestoso dos pássaros à flor.
                  Os trigos dourados
                  ostentam o brilho para a colheita.


                  Sinto a brisa num sopro de vida,
                  fecundando poesia
                  nos trigais em flor!...


                  Inebriando searas e  lírios,
                  a natureza em seu apogeu,
                  traz à luz teus olhos líricos:

                 estes olhos que são meus!


                  
                  Autoria:  Antenor Rosalino e Maria Cristina Bonetti

                  Imagem da internet
                       

                 

quinta-feira, 30 de maio de 2013

MISTÉRIOS DO SER

 

                                                          


Ao longo dos séculos, a verdade sobre a existência da alma e os dotes da inteligência humana são temas debatidos e aclamados por insignes pensadores de todo o mundo.

  Os livros de auto-ajuda, e todos os diversificados segmentos religiosos apregoam com extremada convicção, cada qual à sua maneira, e de acordo com os seus princípios, os caminhos virtuosos que levam à verdade insofismável de todas as coisas.

  Mas, afinal, onde estará a verdade? Será mesmo que a encontraremos nesses ensinamentos? Ou será que estaria na convicção de que os sentidos captam todo o circunspeto e grava, pouco a pouco, nas profundezas da memória, todo o potencial a ser desfrutado pela consciência humana? Os sentidos, porém, não são confiáveis. Por vezes nos traem...

  Estará a verdade na razão? No pensar correto e na meditação sobre o certo e o errado? Mas, a razão também falha: quantas certezas de hoje não serão dúvidas no amanhã?

  Há ainda o ceticismo absoluto. Para o cético, tudo é ilusão, passageiro e transitório, como já dizia Heráclito: “Tudo flui, tudo está em movimento e nada dura para sempre”.

  Tudo tem um fim. Será? Um Universo tão imenso e mavioso existe apenas para abrigar uma vida tão passageira?

  Muitos são os que dizem que nada é feito sem a vontade de Deus que a tudo rege por todo o Universo. Esta afirmativa gera polêmica, isto por que, ao mesmo tempo em que merece respeito e inclusive nos faz lembrar o pensamento de Adam Smith de que “uma mão invisível guia a humanidade e a ordenação de todas as coisas”, sugere pensarmos sobre o livre arbítrio. Recordo-me dos primeiros anos em que cursei Ciências Econômicas, quando, reiteradamente, era colocada em pauta as palavras deste grande pensador, mesmo porque, trata-se de um dos “pais da Economia” – uma das nossas maiores heranças intelectuais, o que pode ser facilmente comprovado em sua primorosa obra “A riqueza das nações”.

  Entretanto, cabe-nos a seguinte indagação: até que ponto somos realmente livres?

  Entre os choques de opiniões diversificadas, a vida continua... A verdade para milhões é inverdade para outros milhões. E assim, entre convicções e abissais ingenuidades, o ser cumpre a sua trajetória: finita na Terra de incógnitas, ou vive sua vida eterna.



Autoria:  Antenor Rosalino

Imagem da internet

domingo, 26 de maio de 2013

O que é que há?


                          

                       
                            


                    O semblante dos teus olhos vívidos
                    Trouxe um quê, não sei porquê,
                    De amargor e melancolia
                    Ao meus olhos que sempre te viam
                    Com olhar de caximguelê.

                    Não percebo em teu sorriso
                    A singeleza da alegria
                    Traduzida em espirais
                    De sedução que se fazia
                    Entre paredes boreais.

                    Minha inspiração em eclipse
                    Suprimindo os meus vocábulos
                    Deixa os meus versos no ar
                    E suplicante eu pergunto: o que é que há?

                    Meu pensar ardente em chamas
                    Procura-te sem cessar
                    Bucando desvendar o elo
                    Da tristeza fina incrustada
                    Em teus mistérios de mulher!

                    O que que é que há,linda pepita?
                    Não deixemos que procelas
                    De asperezas do incerto
                    Desfaça os laços de fita
                    Do nosso amor sempiterno!



                    Autoria:  Antenor Rosalino

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SONHOS DE PAZ





Fosca, cálida e triste,
A tarde perde o crepúsculo
Quando relembro holocaustos
Imposto aos inocentes
Por atos vis e nefastos!

Um eflúvio vago de sonhos
Leva-me à esperança
De um porvir longe das dores
E de insanas mãos esquálidas,
Despudoradas de amores.

Buscando amenizar meu pranto,
Os passarinhos gorjeiam
Em harmonia os seus cantos!
A natureza observa-os,
E em levante nas colinas,
Os condores se divertem!

O eclipse então se dissipa
Quando em idiossincrasias,
Toma forma a poesia
Na acalentura sublimada e pura
Do céu que em festa me acolhe
E entre flores perfumadas
Caem gotas dos meus olhos!



Autoria:  Antenor Rosalino

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PENSAMENTOS LIBERTOS


 

A rotina enerva, atormenta o
Corpo combalido na angústia
Dos dias sempre iguais...

Os passos mecânicos
Arrastam-se serpeantes,
- em idas e vindas -,
Nos aclives e declives
Dos caminhos fatigados!

Entre lôbregos suspiros
E hiatos de esperanças,
Emerge a alma serena,
Indiferente ao cárcere
Da opressão do dia a dia.

O corpo frêmito não padece
Se o pensamento voeja
Em sonhos de liberdade!

Além do horizonte,
Distante das formas terrenas
Das ilusões passageiras,
- como fênix em alvas nuvens -,
O ser liberto renasce
E na amplidão refloresce!



Autoria:  Antenor Rosalino

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SOB O PRISMA DO AMOR




Uma luz rútila de encantamento
Flameja nos olhares inocentes
Unificados no espaço-tempo
Na estesia do amor presente!

Dois corações latentes
Como a flor e o colibri
Em contas gotas calientes               
Nas juras de amor sem fim!

Na vinha de sonhos a tecer...
Caminhos de versos e prosas:
Suspiros uníssonos ao entardecer...
Eterno espetáculo de rosas!

As cordas secretas
Dos instrumentos da natureza,
Fazem sons nas almas libertas,
Num hino mágno à beleza!

O verbo amar se faz presente
- conjugado pelo vento -,
Que em uivos de tom plangente,
Trás glamour aos rebentos!

Em alcova resplendente
De segredos e glamour,
Repousam assim, ternamente,
 Sublimadas esperanças
Sob o prisma do amor!



Autoria:  Antenor Rosalino

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quinta-feira, 23 de maio de 2013

ODE Á LORENA


Homenagem à minha
netinha Lorena



                   

                  

                     
                      Sob um céu claro e límpido,
                      Quando as flores outonais
                      Ostentavam o seu fascínio,
                      Nasceu Lorena!...


                      Fruto de amor perfeito
                      E laureada de bênçãos divinais,
                      Brinda o lar e a vida
                      Com pureza cândida, sublimar!


                      A sua inocente luminescência,
                      Dissemina alegria nos fulgores das auroras!
                      E assim florescerá a sua vida,
                      Regada a pétalas de rosas!


                      Que os dias que a esperam
                      Sejam glorificados pelo mesmo amor e paz
                      Que imperam no aconchego
                      E no conforto do seu lar.




                      Autoria:  Antenor Rosalino
                      Foto da Lorena em maio/2013

segunda-feira, 20 de maio de 2013

AMETISTA



                             


                        Lapidada, polida...
                              Emoldurada pela mãe natureza,
                              Flameja o seu encanto
                              De jóia preciosa,
                              Sob o sol que a diviniza
                              E luares que a fazem
                              A mais linda estrela guia,
                              Encantadora ametista!

                              Pétala advinda
                              De vales e rochas profundas,
                              Magnetiza a alma
                              Como flor entre abrolhos
                              Florescente e festiva!

                              Energizando os céus
                              Na mais cândida ternura,
                              Aventa aos olhos
                              Alegria infinita
                              - pedra flor que me inspira -,
                              Nas madrugadas serenas
                              E nas selvas de granito!

                              Alvorada de amores!
                              Rutila tua luz envolvente como a brisa
                              Na minha lágrima triste,
                              Misteriosa ametista!


                              Autoria:  Antenor Rosalino

                              Imagem da Internet


(Poema inspirado na rua Ametista de Campo Grande/MS)

SENHORITA



       



Desejei por um momento,
Ser um poeta lírico
E descrever com galhardia:
Toda a beleza que emana
Das nascentes do seu íntimo!

É tão imenso o seu brilho
- indizível como as flores
Banhadas pela aurora
Num dia feito de sonhos!

De repente... percebi,
Que jamais eu poderia
Descrever a senhorita,
Pois certamente os meus versos
Desvirtuaria a poesia
Presente na doce lira
Que o seu sorriso irradia!



Autoria:  Antenor Rosalino

Imagem da Internet

domingo, 19 de maio de 2013

SONS DO CORAÇÃO





O doce pulsar ritmado
Do coração enamorado,
Emite sons compassados.

Banha-se no púrpuro sangue
E o devolve às artérias,
Em uníssona sincronia
Com as ondas trepidantes
Presentes e fugidias
Da imensidão azul do mar!

Oh! Coração inquietante!
Cumpre o seu círculo sagrado,
Subindo e descendo
Ladeiras e escadas...

Até que um dia na estrada,
Em tom dolente entre lágrimas,
Transmuta o tom do seu toque
Em suspiros de saudade!


Autoria:  Antenor Rosalino

Imagem da Internet

                                          

sexta-feira, 17 de maio de 2013

GÊMEAS


                                     
Homenagem às meninas
Isadora e Isabele


No seio abençoado do lar,
Surgiram revestidas de ternura,
Dádivas de raro esplendor:
A graciosidade meiga e singela
De Isadora e Isabele!

Como sementes de flores veludíneas,
Fecundadas num solo de amor,
As gêmeas em sua docilidade
- com olhares vívidos e inocentes -,
Disseminam alegrias laudáveis!

Brincando, correndo...
Ou abrandando os agitos,
Vivenciam as lendas infantis
E os exemplos que se incrustam
Nos abissos da memória!

Suas pegadas de ternura,
Libertas por onde passam,
Traz a felicidade que acalma
- como pétalas perfumadas -,
Pintando delírios da alma!



Autoria:  Antenor Rosalino

 

domingo, 12 de maio de 2013

NAS VEREDAS LITERÁRIAS


Homenagem ao                                               
Grupo Experimental
da Academia Araçatubense de Letras

                             


                   Predestinado a contribuir
Na preservação da Língua Pátria
- num átimo de inspiração sublimada -,
O Grupo Experimental foi criado.

Idealizado sob o signo da cultura plena,
Fomenta iniciativas altruísticas,
Visando aprimoramentos
Na promoção de novos talentos.

Traz à luz como por encanto,
Pretéritas lembranças de imortais pensadores,
E engenhosos exemplos são seguidos
Impulsionando os rebentos!

Os integrantes do Grupo criam ideias
Nas veredas literárias
Prescrevendo a vida breve...
Intercalando o abstrato!

São seres que evocam luzes
- entre o chão e as estrelas -,
Pela literatura transcendente
E poesias que os acenam.


Autoria:  Antenor Rosalino

Imagem de capa da coletânea Experimentânea IX,
 cujo poema serviu como epígrafe da mesma.


sábado, 11 de maio de 2013

PÉS DESNUDOS





Caminhando apressados
Ou vagarosos, descompromissados,
Os pés descalços caminham
A simplicidade da ventania.

Vagueiam em miríades
De horizontes de estrelas!
Meteóricos caminhos...
Infantes sonhos risonhos!

Como o descompasso da vida,
Os pés desnudados
Sentem o chão em seu tato
De espirais da realidade.

Em cinzenta distância,
As pegadas flutuam
Depurando-se em solstícios
Para vôos infinitos.



Autoria:  Antenor Rosalino

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A PAINEIRA



 



Uma lágrima de alegria
Brotou dos olhos meus
Ao fitar rósea paineira
Na manhã primaveril,
Onde um sabiá majestoso
- no primor do seu fascínio -,
Ancorava em grande estilo
Principiando o seu hino!

A natureza emanava
Um quê de doce frescor,
Ao passar a doce brisa
Descortinando o fetiche
Das flores róseas nas sépalas,
Num cenário multicor!

Esqueci por um momento,
Da realidade terrena...
Prendi-me cheio de amores
Àquela frondosa paineira:
Imagem régia da vida!
Pepita de poesia!



Autoria:  Antenor Rosalino

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ESTESIA





O sol em perfis de saudade
Cintila o barco e águas
Num borbulhar de camarinhas,
Enquanto frágeis passarinhos
Fazem festa em suas gárgulas!

Os meus olhos num momento,
Contemplando a imensidão,
Tráz lembranças de um passado
Que de amores redivivos
Descompassa o coração!

Vem a chuva levemente,
Levantando o olor da terra.
Na alquimia desse encanto,
Minhas preces acontecem!

Os uivos do vento nos cântaros
São hinos vivificantes:
Refrigério apolíneo
No deflúvio do meu pranto!  



Autoria:  Antenor Rosalino

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segunda-feira, 6 de maio de 2013

ALÉM DO AMOR




                    


                   Eu te amarei pela vida afora...
                   Mergulharei nas profundezas dos
                   teus mistérios, com o meu corpo
                   desnudado de escafandro, e tocarei,
                   delicadamente, as entranhas
                   do relicário do teu silêncio,
                   onde repousa ternamente
                   o teu dulcíssimo coração!


                   Nesta hora singela
                   de elação maior de ternura,
                   quisera falar a língua dos anjos,
                   mas, desprovido de sapiência angelical,
                   o teu silêncio entenderá
                   o meu suspiro de langor,
                   enunciando em oferenda
                   nuances de um grande amor!


                   Beberei da tua fonte
                   as delícias represadas
                   à sombra do manto oculto
                   do poetizar das cascatas,
                   onde a natureza flameja
                   em brando e cálido sussurrar,
                   a energia que emana
                   da lira do teu olhar!




                   Autoria:  Antenor Rosalino

                   Imagem da Internet

A LEITURA






Descortina-se a leitura
Desde os tempos mais idos,
Mostrando novos caminhos
De horizontes profícuos!

Há sábias elucidações
De imortais pensadores,
Enfatizando em provérbios:
“aquele que lê sabe mais”.

A leitura eleva a alma!
A mente liberta voa!
Traz à luz novas ideias...
Ensina o reto pensar.

Aprimora conhecimentos
Nas didáticas e ciências
Dá mais brilho aos escritores
E aos poetas, louvores!

Exercita o pensamento,
Cria inovados valores!
Faz do homem um polímata,
De feitos imorredouros!

Aquele que lê e pesquisa,
Faz fantásticas descobertas.
Pois a leitura postergada
É luz que não flameja!



Autoria:  Antenor Rosalino

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P0ETAS VIRTUAIS



  


Entre sonhos avolumados
Na mente liberta,
Aventam-se pensamentos
Purificados e depurados
Na magia das palavras soltas...

Como um poema abandonado,
Deixado no ar,
Os versos anseiam viver:

Latejam na alma poética
Enquanto suas células vívidas,
Feitas de amor perfeito,
Imergem-se no mar da esperança,
Buscando em súplice prece,
Encontrar num dia feliz,
De repente...,

Outra alma divagante
No mundo virtual incerto
- labirinto de saudades -,

E unirem os seus anseios
No distante rosário da vida:
Odisséia de amores ocultos,
Onde o lirismo alicia
Horizontes que fecundam
Atemporais poesias!...



Autoria:  Antenor Rosalino

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OS QUATRO ELEMENTOS




                                    
                 
                           


No paciente transcorrer do tempo, a terra recebe sementes
E as transforma em adocicados alimentos.
Em divinal aquiescência, não se abala com as impurezas,
E fertiliza o campo em adubos de ciclos permanente.

A água em sua transparente luminescência,
Parada ou corrente, a tudo limpa...
Sacia a sede do mundo e, mesmo em torrentes,
Um magnetismo incomum a diviniza!

No manto brando dos ventos, os corações se harmonizam!
Recria-se a primavera, e as sementes espalham-se pela terra...
Leva as nuvens ao além, para que a chuva caia
Com perfil de bênção sobre os homens e a natureza em festa!

O fogo transmuda madeiras em luz e calor...
O mesmo fogo que queima em labaredas, também purifica.
Reascende fulgores sob um céu sem nuvens...
Aquece e une as almas em recantos e lareiras!

As dádivas dos quatro elementos da natureza
São bênçãos com as quais a vida flui em matizes,
Num misterioso magnetismo de esplendor,
Recriando pétalas fenecidas em flores primaveris.



Autoria:  Antenor Rosalino

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